Os menos inteligentes pensam ser os PhD’s

Já disse o grande Charles Darwin: “A ignorância gera mais confiança do que o conhecimento: são os que sabem pouco, e não aqueles que sabem muito, que afirmam de uma forma tão categórica que este ou aquele problema nunca será resolvido pela ciência.”

Alguma vez já tiveram de pensar: Como esse ser humano pode ter sido o espermatozoide mais esperto? Normalmente são para aquelas situações muito obvias que foram provadas por várias vezes em diferentes formatos que um determinado evento vai acontecer e ainda assim tem gente que teima dizer o contrário. Por exemplo:

“- O planeta Terra é plano e posso provar isso com um copo d’água e uma régua.”

“As vacinas foram desenvolvidas para implantar chip com tecnologia 5G em nossos corpos e controlar a população através de uma antena de celular.”

            Eu não entrarei aqui com a ideia de falar sobre astronomia. Pois esse não é o foco. Mas com uma pesquisa rápida no Youtube você encontrará divulgadores científicos sérios que refutarão essa ideia com veemência, mas de forma educada e ainda aproveitarão para te ensinar mais sobre a astrologia e a importância dela em dias atuais.

            Agora focando mais no que eu gostaria de desenvolver. Já ouviram falar sobre o Efeito Dunning-Krugger?

            Esse conceito foi desenvolvido pelos psicólogos: PhD David Dunning e PhD Justin Kruger quando ambos trabalhavam juntos na Universidade de Cornel nos Estados Unidos. O conceito Dunning-Krugger explica sobre pessoas com baixa competência terem a sensação de estarem com um conhecimento além do normal em determinados temas. O efeito Dunning-Krugger leva uma pessoa a tomar péssimas decisões por mais obvias que elas pareçam ser e isso se deve porque quem sofre desse efeito não tem ideia da extensão de sua incompetência. Uma forma de evitar o efeito Dunning-Kugger é a busca constante por conhecimento e ter em mente que não domina assuntos complexos dos quais nunca viveu ou estudou com profundidade.  Para explicar melhor desenvolverei um gráfico no decorrer do post e explicando de maneira mais prática. Segue:

            Nesse primeiro gráfico temos dos eixos. Um para Confiança e outro para um Conhecimento na Área. O ponto que esses dois eixos se interceptam é o começo de tudo. Por exemplo. Imagine que alguém começou um curso na faculdade. No primeiro você está apenas com a boa vontade, mas seu conhecimento na área é nulo e sua confiança também, pois sem conhecimento na área, você não tem confiança para trabalhar nela.

Nesse segundo gráfico a pessoa terminou o primeiro semestre da faculdade. As matérias são introdutórias, o conteúdo é mais leve e os professores pegam um pouco mais leve, pois a ideia nessa fase é apenas apresentar o conteúdo e de forma didática preparar sua base de conhecimento para o conteúdo mais denso nos próximos semestres. Contudo como o conteúdo disciplinar nessa fase é mais tranquilo, suas notas no boletim estão bem altas e isso aumenta muito sua confiança em querer começar atuar logo na área de forma profissional e aumenta sua vontade de querer avançar mais no curso. Nessa fase você também escuta muito:

“Estou fazendo essa faculdade só pelo diploma mesmo, pois fiz um curso na internet de 2 meses e aprendi tudo isso”.

“Fiz meu curso técnico de um ano, manjo tudo o que vai ensinar nesses 4 anos de faculdade, mas tenho que ter o diploma. Sabe como é né?”

“Aqui é tudo muito fácil. Nem precisa estudar muito”

Muitas vezes a soberba de pessoas que falam assim, acabam sendo as que menos prestam atenção na aula e por vezes pensam ter um conhecimento igual ou muito acima dos professores já veteranos. Nessa fase o sujeito mal sabe o que está por vir no decorrer da faculdade e é onde separará os adultos das crianças.

            Essa terceira fase é onde começam as desistências em massa. Os motivos são diversos. A medida que as matérias começam a ficar mais densas, os professores mais criteriosos e exigirem mais atenção, os alunos tendem a ter mais dificuldades no aprendizado, seja por motivos externos, como a logística para ir na faculdade, conciliar trabalho com estudo, arrumar tempo para estudar fora da universidade e bem como fazer as lições de casa. Normalmente tudo isso se inicia no segundo semestre. Aqui os alunos que nunca repetiram de ano na escola começarão a pegar as primeiras reprovações nas matérias que precisarão ser refeitas no próximo semestre, os sabe-tudo mencionados no primeiro gráfico veem as primeiras dificuldades em assimilar certos conteúdos. E infelizmente todos esses eventos somados acarretam os alunos se perguntarem:

“Isso é mesmo para mim? Acho que vou desistir.”

“Esse curso está muito difícil. Não sei se vou conseguir.’

“Poxa na escola eu conseguia fazer tudo sem estudar e aqui não consigo fazer nada.”

“Conciliar minha vida pessoal, meu trabalho e a facul não dá certo. Acho que vou desistir”

            À medida que o conhecimento avança começamos a entender melhor a área de estudo e ver que as coisas são muito mais complexas do que pareciam nosso grau de percepção muda e passamos a ver aquilo com outros olhos. Passamos a fazer escolhas difíceis para continuar avançando de maneira eficiente e eficaz, além de testar nossa resiliência por vezes em graus extremos para manter o foco no objetivo. Nesse momento o conhecimento avança devagar, mas com consistência e você passa a ter mais confiança em suas ações e passa a ter resultados positivos com suas escolhas. Essa é a etapa mais difícil de se alcançar, mas depois que se estabelece nela as coisas ficam mais leves e de longe é onde tudo começa a fazer sentido. Veja o próximo gráfico:

            Reparem como agora naturalmente o conhecimento na área vem de forma natural e baseando na lógica de sua área é possível prever com exatidão ou chegar próximo como as coisas poderão acontecer num futuro próximo sem tomar decisões malucas ou equivocadas.

            Então quer dizer que não devo discutir ou opinar sobre coisas que não são de minha área?

            Pelo contrário, você pode sim discutir sobre coisas que não são da sua área, afinal, vivemos em um país livre. Contudo é bom buscar conhecimento prévio com especialistas das áreas e citá-los a depender do contexto em que você está opinando. Afinal estudos e intercâmbio de conhecimentos é oque nos trouxe ao estilo de vida nos tempos modernos.

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