Laptops, PC’s, tablets, smartphones e por aí vai dos vários devices do mercado. Todos os anos vemos os lançamentos de vários nos aparelhos eletrônicos feito sob medida para vários públicos e certamente serão bem úteis. Contudo sabemos que esses dispositivos pessoais duram em média 5 anos e a depender do dono duram bem menos que isso. Sem contar que esses equipamentos não foram feitos para durar décadas, ou seja, o equipamento será depreciado pelo tempo através do uso, tempo de lançamento e porque o fornecedor não deseja mais dar suporte em coisas antigas para que o esforço seja em apoiar equipamentos mais modernos e criar produtos.
O Brasil é o país da América Latina que mais produz o e-lixo (lixo eletrônico). Em 2016 O Brasil descartou cerca de 1,5 milhão de toneladas o equivalente a 30 navios Titanic de tecnologia velha que apenas ocupam espaço em casa e não podem ser descartados como lixo comum, pois possuem metais pesados que poluem o solo e lençóis freáticos.
Por que os fabricantes não fazem uma ação para recolher suas tecnologias obsoletas?
Porque não vale a pena para o objetivo do negócio. As fábricas são projetadas com todo o seu maquinário para criar coisas novas para vendê-las. O ato de recolher os equipamentos velhos, desmontá-los, separar peças úteis e descartar o que é inútil de forma correta é muito custoso. Por exemplo: uma impressora multifuncional para ser desmontada por completo e separar suas peças leva em torno de 2 horas e o valor do quilo do que pode ser reaproveitado não chega a R$ 10. Já alguns equipamentos são tão pequenos que aquilo que é removido é uma quantidade pífia que mal pode ser aproveitado, ou seja, pensar em todas essas nuances e colocar esforços para resolver isso e ainda tirar um lucro para tornar o negócio viável é um novo nicho de mercado a ser explorado.
Como fazer o descarte do e-lixo ser economicamente viável?
Primeiramente mesmo não sendo viável para os fabricantes cuidar diretamente da reciclagem de seus produtos obsoletos, eles ainda são responsáveis por esses produtos fora de uso. Conforme a Lei 12.305 / 2010 sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Então uma alternativa a ser feita é fomentar esse negócio para que empresas especializadas em reciclagem tenham interesse nesse segmento e criem campanhas de descarte correto do lixo. Por exemplo:
- Primeiro seria a famosa coleta seletiva. Nunca descarte lixos eletrônicos em geral com o lixo doméstico. Encaminhe essa velharia para o centro de reciclagem ou ferro velho. Além de evitar que os metais pesados contaminem o solo, você ainda pode ganhar até um dinheirinho para comer uma coxinha. Sim, o ferro velho paga por aquilo que você descartaria de graça.
- Verifique se na sua cidade há campanha para descarte de eletroeletrônico. Na cidade de São Paulo existe o Cata Bagulho e na cidade de Guarulhos-SP tem o Cata Treco. O Cata treco mesmo passa semanalmente em algumas ruas da cidade de Guarulhos com um caminhão recolhendo aquilo que você já ia jogar fora. Vale conferir se na sua cidade também tem um.
- Fique atento para campanhas de reciclagem na sua cidade. Sempre dão boas dicas de descarte
Agora para aqueles que querem saber do bu$ine$$
As empresas que recebem o e-lixo basicamente fazem o seguinte desmontam o equipamento e separam as peças para vendê-las. Vamos lá para explicar melhor. Pense em um computador completo com CPU, teclado, mouse e monitor que já não funciona mais. Ele basicamente é vidro metal e plástico. Dos metais encontramos ferro, alumínio, ouro e silício. Ao invés de degradarmos o meio ambiente através de garimpos e mineração, pode-se vender esses itens para os fabricantes de laptop que farão reuso deles na fabricação de produtos novos que irão para as prateleiras como lançamento. Há 8 anos atrás eu prestei serviço para uma empresa bem conhecida do ramo de fabricação de computadores. Os dispositivos vendidos por eles como novíssimos na visão do cliente eram parcialmente ou totalmente reciclado de aparelhos obsoletos.
Essa semana mesmo comprei um chuveiro de marca famosa que na embalagem mesmo dizia que o produto foi remanufaturado, ou seja, uma forma de reciclar aquilo que antes seria largado em um lixão qualquer.
Certo vamos ser mais modernos e falar do descarte de celulares e tablet. Neles também encontramos plástico, vidro e metais. Dos metais encontramos três que estão cada vez mais escassos na natureza como o Cobalto, Indium, Silício. Outra coisa em 1 tonelada de celulares velhos é possível extrair 300g de ouro e mais de 100g de paládio que são caríssimos e podem facilmente serem usados na fabricação de novos dispositivos eletrônicos.
O mais interessante disso tudo é que tudo o que o Brasil produz de e-lixo, apenas 2% é reciclado e o restante vai parar no lixão comum. Percebem o dinheiro que está sendo deixado de ganhar? A reciclagem do e-lixo vai além de preservar o ambiente é também uma oportunidade de negócio para gerar mais emprego, geração de renda, exemplo de sustentabilidade e principalmente tornar o mundo um lugar melhor para as gerações futuras.
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