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Quando pensamos em contratos vem em mente a burocracia de muitas folhas de papel com cláusulas difíceis impossíveis de compreender em uma leitura rápida, cláusulas compostas por palavras pouco utilizadas na linguagem coloquial, termos como DORAVANTE, SUBSIDIÁRIA, FORO e outras…
A evolução da internet trouxe formas de comunicação mais interligadas em todo o mundo. Por exemplo, a mesma ferramenta de rede social é utilizada de forma universal para o entretenimento, enquanto, o formato de comunicação para atos mais formais utilizado pela massa será o e-mail.
Todo contrato carrega em seu objeto a formalização de um NEGÓCIO JURÍDICO, seja a contratação de serviços ou compra de produtos, isso é o que um contrato busca evidenciar além das obrigações e responsabilidades estabelecidas nesse negócio jurídico.
No mundo atual o digital se faz cada dia mais presente. Em decorrência da possibilidade de contratar serviços e produtos por meio da internet e suas ferramentas digitais, surge o Direito Digital, o Contrato Eletrônico e as novas formas de formalizar negócios jurídicos.
Os contratos eletrônicos possuem os mesmos requisitos de um contrato comum, são eles:
- NEGÓCIO JURÍDICO VÁLIDO E POSSÍVEL (por exemplo, não é possível ter atrelado a um contrato algo ilícito como venda de drogas ou armas);
- CAPACIDADE CIVIL ENTRE AS PARTES (por exemplo, uma criança jamais será parte de um contrato);
Os contratos eletrônicos terão seu ciclo de formação encerrados com o ato de formalização, trata-se do aceite que pode ser validade com uma assinatura digital ou EMOJI.
OPA! ACHO QUE LI ERRADO… EMOJI?
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Sim, exatamente emoji ou “smileys usados em mensagens eletrônicas”…..
Chegamos nesse momento do mundo… No Canadá, um juiz reconheceu que o emoji com o dedo para cima “famoso joinha” 👍🏽formalizava a assinatura e concordância com um contrato.
Vou contar sobre…
Em caso recente, um comprador de grãos enviou uma mensagem de texto em massa para clientes em março de 2021, anunciando que a empresa estava procurando comprar 86 toneladas de linho a um preço de 17 dólares canadenses por alqueire. O comprador então iniciou uma conversa com um fazendeiro e lhe enviou a foto de um contrato para entregar o linho em novembro, pedindo ao fazendeiro para “confirmar o contrato de linho”.
Ato em que o fazendeiro respondeu com um emoji de polegar para cima, mas não entregou o linho em novembro.
Esse comprador acionou o fazendeiro judicialmente e o juiz reconheceu a celebração do contrato, com base no histórico da conversa e o emoji joinha sob o argumento que “o tribunal não pode (nem deve) tentar frear a maré da tecnologia e do uso comum” dos emojis.
Cuidado com os emojis de aprovação que você responde suas redes sociais.
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